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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Grito


Aaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhh.
Veio do quarto ao lado um grito forte, sem se identificar direito se era de homem ou de mulher esse grito, mas também, do que se importa se de homem ou mulher. Consegui identificar que veio do quarto ao lado... foi um grito rouco, abafado, alto, único... e o silencio tomou conta da noite novamente, e rápido ela pegou no sono.... Amanheceu, um dia lindo, ensolarado, céu limpo, sem nuvens, logo ele foi aproveitar a cidade e nem se lembrou do acontecido na madrugada. A noite, ele foi pra um barzinho badalado da cidade, voltou tarde, já era madrugada quando chegou de volta ao hotel, tomou um banho e foi de se deitar, quando já estava quase conseguindo dormir, mais uma vez o mesmo grito - longo, rouco, abafado, alto, único - mais uma vez sem identificar de quem era o grito, vindo do mesmo quarto, do mesmo modo. Ele não sabia identificar se era um grito de prazer ou desespero, alegria ou medo... depois de muito tentar entender de onde e porque vinha aquele grito, ele pegou no sono mais uma vez, afinal o dia de turista tinha o cansado e ainda queria acordar cedo pra aproveitar mais um dia de suas férias. Quando acordou foi tomar café, e tentou descobrir com os funcionários do hotel quem estava no quarto ao lado dele, mas não obteve nenhuma informação. Foi curtir a cidade de novo e tentar esquecer essa história de grito, a noite mais uma vez bar e volta pro hotel de madrugada. Mas dessa vez pegou no sono e nada de grito. Depois de algum tempo já dormindo, acorda no susto mais uma vez o mesmo grito - longo, rouco, abafado, alto, único - e obvio sem identificar de quem era. Mas dessa vez não conseguiu dormir de novo, tentando desvendar o mistério de quem terá dado esse grito, e porque, por vezes pensava ser um grito de prazer e por vezes achava que era um grito de sofrimento. Levantou cedo e foi passear no parque, e nada fazia ele tirar da cabeça esse grito que o perseguia já pela terceira noite consecutiva. Nessas que era sua última noite na cidade, nada de bar, o incomodo por entender o grito era maior que a vontade de sair pra beber e se divertir. Tentou ficar acordado para poder escutar com mais clareza o grito, nessa última oportunidade que teria de tentar desvenda-lo, mas estava cansado demais pra se manter acordado e logo pegou no sono.... Lá pelas tantas da madrugada, acordou assustado com o grito misterioso novamente. Mais uma vez não conseguiu identificar nada que o ajudasse a descobrir algo mais sobre o grito. Mais uma noite sem dormir. Levantou cedo, tomou banho, arrumou suas coisas, e foi para a recepção pagar sua conta. O táxi já estava lá fora a sua espera, mas antes de sair, perguntou para o recepcionista se ele poderia dizer quem estava no quarto do seu lado. O recepcionista disse que não tinha ninguém no quarto ao lado, e somente um casal de jovens no quarto de frente ao seu, mas esse casal mal ficava no quarto, saia cedo e voltava muito tarde, o recepcionista ainda comentou que mal sabia que horas eles dormiam, pois o pouco tempo que ficava no hotel não dava tempo pra se dormir com qualidade. E assim, o jovem deixa o hotel, entra no taxi e no caminho do aeroporto não consegue parar de pensar no grito e na nova informação que o rapaz da recepção lhe deu e que, o intrigou mais ainda. Seria esse grito apenas fruto da sua imaginação ou seria esse grito real. já no avião, sem conseguir se concentrar em nada, chegou à conclusão que nunca saberia a verdade sobre o grito que escutará ou imaginara escutar no hotel...